quinta-feira, 21 de maio de 2015

Elétrica–Proteção, DS, DPS, DR, SPDA, Aterramento

    O sistema elétrico é muito mais complexo e exige muito mais atenção do que a maioria acredita ou geralmente dedica a ele.

    Um sistema elétrico para ser totalmente efetivo, além de corretamente dimensionado, também deve possuir um eficiente sistema de proteção. É justamente esta proteção que garantirá a sua eficiência e a segurança de seus usuários.

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    Algumas medidas simples podem reduzir a praticamente zero os riscos em um sistema elétrico. Para isto basta implementar alguns equipamentos, sistemas e instala-lós da forma correta.

    Veremos abaixo os principais deles, que visam a proteção da propriedade, dos equipamentos e dos usuários.

DS – Dispositivo de Proteção contra Sobrecorrente “Protege o condutor”

DR – Dispositivo de Proteção Residual – “Protege contra Choque”

DPS – Dispositivo de Proteção Contra Surto – “Protege equipamentos e a edificação contra Descargas Atmosféricas e Sobretenções”

SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas “Absorve e direciona Descargas Atmosféricas”

ATERRAMENTO – Sistema ao qual demais equipamentos devem estar interligados. “Equipotencializa e Dissipa anomalias no sistema elétrico”

 

OBS: Todo os itens do sistema elétrico deve ser projetado e executado por profissionais qualificados e capacitados para tal.

O incorreto dimensionamento ou execução acarretara em falha de funcionamento e risco a utilização.

Por: Bruno Ferlin

Elétrica - Aterramento

    Definimos aterramento como um sistema utilizado para evitar desequilíbrios na tensão elétrica de uma instalação qualquer, eliminar fugas de energia, prevenir contra choque elétrico e permitir o correto e eficiente funcionamento de dispositivos de proteção. O condutor de proteção é identificado pelas cores verde e amarela ou simplesmente verde, segundo padrão especificado na NBR 5410 (norma técnica da ABNT).

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    Conforme LEI FEDERAL No 11.337, de 26 de JULHO DE 2006, com vigência a partir de dezembro de 2007, estipulou:

    Art. 1º -  As edificações cuja construção se inicie a partir da vigência desta Lei deverão obrigatoriamente possuir sistema de aterramento e instalações elétricas compatíveis com a utilização do condutor-terra de proteção, bem como tomadas com o terceiro contato correspondente.

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    Existem basicamente três tipos de sistemas de aterramento previstos pela norma técnica NBR 5410 da ABNT (que trata de instalações elétricas em baixa tensão), para nosso caso utilizaremos o esquema TN-S, neste esquema que os condutores de proteção elétrica (terra) e neutro encontram-se conectados em um mesmo barramento na alimentação do circuito, porém distribuídos de forma independente por toda a instalação.

    O sistema de aterramento consiste basicamente de um conjunto de condutores ligados a um barramento central, que por sua vez é conectado a hastes cravadas diretamente ao solo.

    É necessário seguir alguns critérios para conseguir um correto e eficiente aterramento, conforme o código NEC (1987, 250-83-3) exige que no mínimo 2,5 metros (8 pés) do eletrodo de aterramento estejam em contato com o solo. No entanto, há quatro variáveis que afetam a resistência de aterramento de um sistema:

- Comprimento/profundidade do eletrodo de aterramento

- Diâmetro do eletrodo de aterramento

- Número de eletrodos de aterramento

- Design do sistema de aterramento

    Uma forma muito eficaz de reduzir a resistência de aterramento é posicionar os eletrodos mais profundamente no solo. Há ocasiões em que é fisicamente impossível posicionar as hastes de aterramento mais profundamente - em áreas compostas de pedra, granito etc. Nesses casos, são viáveis métodos alternativos, como o cimento de aterramento.

    Outra forma de reduzir a resistência do aterramento é usar diversos eletrodos. Desse design, mais de um eletrodo é enterrado e conectado em paralelo para reduzir a resistência. Para que os eletrodos adicionais sejam eficazes, os espaçamentos entre as hastes adicionais devem ser, no mínimo, equivalentes à profundidade da haste enterrada. Sem o espaçamento correto dos eletrodos de aterramento, suas áreas de influência se sobreporão e a resistência não será reduzida.

    O valor máximo admissível da resistência de terra é 10 (Dez) OHMS, medição efetuada em solo seco, em qualquer época do ano. No caso de não ser atingido este limite com o número de eletrodos exigidos, deverão ser dispostos tantos eletrodos quantos forem necessário. Os casos especiais serão estudados pela CELESC;

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    Deverá ser instalado um condutor com função de proteção (terra), acompanhando todos os circuitos internos da edificação, para ligação das massas.

 

Qual é a função do aterramento elétrico?

- Podemos pontuar o objetivo do aterramento em três:

- Proteção da integridade física do homem

- Facilitar o funcionamento de dispositivos de proteção

- Descarregar cargas eletrostáticas de carcaças de objetos e equipamentos

 

OBS:

A não instalação de um sistema de aterramento constitui infração e coloca em risco a vida dos ocupantes da edificação.

Um sistema de aterramento com resistencia superior a 10 OHMS pode ser ineficiente e em alguns causos prejudicial ao sistema.

Sem um sistema de aterramento demais equipamentos de segurança perdem sua eficacia.

Por: Bruno Ferlin

Elétrica - Sistema SPDA (Parte - 2)

Captor

    O captor é o elemento que recebe o impacto direto da descarga atmosférica. É pelo captor que a descarga atmosférica “entra” no SPDA e é conduzida a terra sem atingir diretamente o volume de proteção. Os captores podem ser divididos em captores naturais e captores não naturais.

    Um captor não natural é um elemento metálico normalmente na forma de uma haste vertical, cabo horizontal ou elemento desenhado especificamente para este fim, como é o caso do captor tipo Franklin que é geralmente composto por uma ponteira metálica de três pontas ([2] MAMEDE FILHO, JOÃO).

    Já os captores naturais são elementos metálicos que estão potencialmente expostos às descargas atmosféricas. Tanques, tubos, telhas e treliças metálicas com espessura superior a 0,5 mm são considerados captores naturais de uma edificação.

 

Condutor de descida

    O condutor de descida leva a corrente da descarga atmosférica do captor para ser dissipada na terra. Ele deve passar por toda a edificação de um modo seguro para que não cause efeitos secundários perigosos como centelhamento lateral e indução de corrente em condutores próximos. O condutor de descida também pode ser natural ou não natural, em nosso caso utilizaremos um condutor não natural.

    Um condutor de descida não natural é um elemento com condutividade mínima de 98%, que traça um percurso retilíneo e vertical, ligando o captor a terra pelo menor percurso possível e fixado na edificação no mínimo a cada 2 metros ([2] MAMEDE FILHO, JOÃO). O espaçamento máximo entre os condutores de descida depende do nível de proteção adotado para a edificação.

 

Anel de equipotencialização

    A NBR-5.419 prevê que devem ser instalados anéis de equipotencialização ao redor de uma edificação, dependendo de sua altura. O primeiro anel que está previsto pela norma é o que interliga todas as descidas e hastes de aterramento que estão ao redor da edificação a proteger. O anel dever ser feito por um cabo de cobre nu enterrado a aproximadamente 0,5 metro de profundidade. Na impossibilidade de realizar esse anel, um outro deve ser previsto a uma altura não maior do que 4 metros acima do nível do solo ([1] ABNT, NBR –5.419).

    Para interceptar as descargas laterais e dividir a corrente da descarga entre as diversas descidas, a norma também prevê um anel de equipotencialização a cada 20 metros de altura, contando a partir do nível do solo. Este anel pode estar embutido no reboco da edificação, mas é de fundamental importância que ele esteja na face exterior da mesma.

 

Cabo de proteção de borda

    É recomendável que nas arestas superiores da edificação a proteger sejam instalados cabos de proteção de borda ([2] MAMEDE FILHO, JOÃO). Este cabo deve circular ao redor de toda a edificação interligando captores (caso estejam previstos) e o maior número de descidas possível.

    A função deste cabo de proteção de borda é atuar tanto como captor quanto anel de equipotencialização, dividindo a corrente da descarga no maior número de descidas possível.

 

Ligações Equipotenciais

    A ligação equipotencial principal (LEP) é o nome dado a barra condutora que interliga os diversos elementos da edificação listados abaixo:

- Eletrodos e malhas de aterramento;

- Aço das estruturas de concreto armado;

- Trilhos de elevadores;

- Anel de equipotencialização;

- Condutores de descida;

- Condutor neutro, quando disponível;

- Condutor terra de proteção;

- Blindagens;

- Canos metálicos;

- Bandejas metálicas;

    Seu objetivo é equalizar os diferentes potenciais que podem surgir quando uma edificação é atingida por uma descarga atmosférica. Esse é um dos modos mais eficientes de se proteger o interior de uma edificação reduzindo os riscos de choques, incêndios e explosões ([2] MAMEDE FILHO, JOÃO).

    A caixa de inspeção contendo a ligação equipotencial principal (LEP) deve ser localizada na parte mais baixa da edificação (no subsolo quando possível) e de maneira a possibilitar um fácil acesso para manutenção. Em edificações de grande porte é possível encontrar mais de uma LEP, sendo que estas devem estar devidamente conectadas.

 

Aterramento

    O aterramento é o responsável por dissipar a corrente da descarga atmosférica no solo. Para fazer isso de forma segura ele deve oferecer o mínimo de resistência possível e se espalhar de forma homogênea, evitando assim diferenças de potencial muito alta ao redor do volume a proteger.

    Por resistência de aterramento, devemos entender a relação da tensão medida entre o eletrodo e o terra remoto pela corrente injetada nesse eletrodo. A NBR-5.419 não indica um valor como sendo o máximo valor admissível e sim aponta 10Ω como um bom valor a ser trabalhado, suficiente para evitar sobretensões e centelhamento perigoso em estruturas normais.

    A composição de um aterramento é dada basicamente por materiais condutores no formato de hastes, cabos, encanamentos, anéis e até mesmo a própria armação de aço presente na fundação da edificação que se deseja proteger. Todos esses elementos devem ser devidamente conectados e imersos na terra para formarem juntos a malha de aterramento da edificação.

    Os elementos que compõem o sistema de aterramento também podem ser divididos entre naturais e não naturais. Novamente iremos utilizar o método não natural.

    Os elementos de aterramento não naturais são normalmente cabos e eletrodos tipo hastes vertical, horizontal ou inclinada (haste de Copperweld). Ao executar um aterramento desse tipo, deve-se atentar a algumas distâncias que devem ser respeitadas:

- As hastes devem estar a uma distância mínima de 1 metro da fundação da edificação;

- As hastes devem respeitar um afastamento mínimo entre elas igual ao comprimento da própria haste. Essa medida visa reduzir o efeito de indutância mútua, o que acarretaria no aumento da resistência de aterramento em uma situação de condução de corrente ([4] VISACRO FILHO, SILVÉRIO).

 

Filosofias de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas.

    Basicamente existem duas filosofias de sistemas de proteção contra descargas atmosféricas, cada uma utilizando de uma diferente técnica de proteção:

- Filosofia de captores tipo Franklin

    A filosofia dos captores tipo Franklin se fundamenta no princípio de que uma descarga piloto descendente pode ser interceptada por uma descarga ascendente iniciada a partir de um dos captores instalados na edificação ([4] VISACRO FILHO, SILVÉRIO). Estes captores podem ser hastes, cabos ou elementos naturais, como foi apresentado anteriormente. Dessa maneira, a circulação da corrente de descarga se daria pelos condutores previstos no SPDA, não atingindo assim o volume que se deseja proteger.

    O método do ângulo de proteção (ou ângulo de blindagem) é mais comumente utilizado devido à facilidade em determinar-se o volume de proteção. De acordo com o nível de proteção e altura do captor é determinado um ângulo de proteção que parte do captor, “roda” em torno da edificação e forma um cone. Qualquer descarga que poderia atingir esse cone é interceptada pelo SPDA. A figura abaixo ilustra melhor o conceito de ângulo de proteção:

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Ângulo de proteção de um captor Franklin.

- Filosofia da Gaiola de Faraday

    Essa filosofia recebe o nome de seu idealizador, o físico e químico inglês Michael Faraday (1791-1867). Em seus experimentos Faraday descobriu que envolvendo um volume por uma gaiola metálica, este ficava blindado do efeito de campos eletromagnéticos.

    Aterrando a Gaiola de Faraday observa-se que qualquer descarga ascendente induzida por um líder descendente se dá por uma das partes metálicas da gaiola. A corrente da descarga circula apenas pela gaiola, protegendo tudo o que está no interior da mesma ([4] VISACRO FILHO, SILVÉRIO).

    Para garantir a eficiência deste método de proteção, deve-se respeitar o limite de tamanho máximo dos módulos (reticulados) da gaiola tanto na parte superior como na lateral da edificação. Também se deve garantir que nenhuma parte da edificação “vaze” para fora da superfície formada pela Gaiola de Faraday.

    É válido mencionar que algumas vezes são utilizadas hastes verticais curtas (10 a 30 cm) na parte superior da gaiola. Essas hastes são tidas como opcionais e não modificam o desempenho do sistema.

   Sobre a utilização desse método de proteção, tem-se que ele é preferencialmente adotado em estruturas que ocupam áreas extensas e é o único aceito pela NBR-5.419 para proteger estruturas com altura superior a 60 m de altura.

 

Sistemas híbridos

   Aos sistemas de proteção que utilizam uma mescla das duas filosofias apresentadas acima, dá-se o nome de sistema híbrido ([4] VISACRO FILHO, SILVÉRIO).

   Na proteção de uma edificação como um prédio comercial ou residencial temos o uso predominante da Gaiola de Faraday. Porém, a proteção através de uma gaiola “pura” raramente pode ser implementada, já que na cobertura desses prédios muitas vezes encontramos corpos elevados como caixas d’água, chaminés, antenas e outros. Assim, complementa-se a proteção provida pela Gaiola de Faraday com um captor tipo Franklin, disposto no topo da edificação. Esse captor é conectado aos cabos de proteção de borda, módulos da Gaiola de Faraday e a todas as descidas disponíveis.

Por: Bruno Ferlin

Elétrica - Sistema SPDA (Parte - 1)

     O referente artigo é constituído de fragmentos removidos da tese de graduação do autor. Servindo apenas como referencia situacional.

    Define se por sistema SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), o conjunto destinado a proteger a edificação contra descargas atmosféricas

    Raios são fenômenos atmosféricos caracterizados pela formação de correntes elétricas com milhões de volts de potencial que atingem a superfície causando prejuízos materiais e mesmo mortes. Normalmente, a temporada de temporais tem inicio em Setembro e vai até Março.

    Foi muito longo o caminho para se descobrir a natureza elétrica das descargas atmosféricas e para se chegar a regras aceitáveis de proteção para propriedades, aparelhos e principalmente pessoas.

    Até hoje não se tem 100% de proteção, desde que Franklin propôs pela primeira vez o método de proteção contra raios de um edifício até os tempos de hoje a proteção máxima que se consegue é 98% de eficiência.

 

O Brasil no cenário mundial

     Cerca de 70 milhões de descargas atmosféricas atingem o Brasil a cada ano ([6] ELAT, INPE), isso equivale a uma frequência de duas a três descargas por segundo. Esse dado, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), confere ao Brasil o título de ser um dos países mais atingidos por descargas atmosféricas em todo o mundo.

 

Verificação da necessidade de um Sistema SPDA

    A verificação da necessidade de um Sistema de Proteção Contra Descargas Atmosféricas se dá por um cálculo probabilístico descrito na norma NBR-5.419 (normativa ABNT de Sistemas de Proteção contra descargas Atmosféricas, que será posteriormente apresentada), em seu anexo B.

Esse cálculo, que será apresentado a seguir, leva em consideração os seguintes fatores:

- Densidade de descargas atmosféricas para à Terra;

- Número de dias de trovoadas por ano para a área em questão;

- Área de exposição equivalente da edificação.

 

Mapa Isoceráunico

    O conceito de Mapa Isoceráunico deve ser introduzido antes de darmos início à verificação da necessidade de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.

    Isso porque é através dele que verificamos o número de dias com trovoadas por ano para a área em que se está projetando o Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas. Esse índice, chamado de índice ceráunico, é fundamental para avaliar a necessidade do SPDA.

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Mapa Isoceráunico do território brasileiro retirado da NBR-5.419.

 

A verificação

    Para verificar a necessidade de um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas, temos que multiplicar uma série de índices que estão descritos abaixo ([1] ABNT, NBR – 5.419):

 

Risco de Exposição da edificação a Proteger

    O risco ao qual esta exposta a edificação é calculado, considerando-se a densidade de descargas que atingem o solo, o índice ceráunico da região e o numero de dias com trovoadas.

 

Área de Exposição Equivalente da edificação

    É definida como a área de captação de uma descarga por uma estrutura normal, sem Sistema de Proteção contra Descarga Atmosférica.

 

Frequência média de Descargas sob uma edificação

    É o número provável de descargas atmosféricas que podem atingir uma determinada edificação em um intervalo de um ano. É obtido pela multiplicação dos índices anteriores, como segue abaixo:

 

Fatores de ponderação de uma edificação

    Para tomar uma decisão mais segura a respeito da necessidade de se instalar um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas é conveniente calcular a Probabilidade Ponderada de que essa edificação seja atingida.

    A Probabilidade Ponderada também leva em conta algumas características da edificação e de arredores, o que dá mais confiabilidade no momento de tomada da decisão.

 

Interpretação dos resultados

    O Fator de Probabilidade Ponderada (P0) nos fornece o número de descargas que atingirão a edificação no período de um ano. A comunidade técnica internacional reconhece os seguintes limites de probabilidade ([2] MAMEDE FILHO, JOÃO), ([1] ABNT, NBR – 5.419):

- Riscos maiores de 10-3 são inadmissíveis e, portanto, existe a necessidade de instalação de um SPDA.

- Riscos menores de 10-5 representam um valor aceitável e não há necessidade de instalação de um SPDA.

- No caso de riscos entre 10-5 e 10-3 a instalação de um SPDA vai de acordo com a conveniência do usuário.

    É importante mencionar que a constatação da não necessidade de instalação de um SPDA não garante que a estrutura nunca será atingida por uma descarga atmosférica. Na óptica da segurança e proteção da vida humana, não é tolerável o convívio com nenhum risco que possa ser evitado.

 

Elementos que compõem um Sistema SPDA.

    Um Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas é composto por três subsistemas, sendo eles ([4] VISACRO FILHO, SILVÉRIO):

- Subsistema de captação;

- Subsistema de distribuição de corrente;

- Subsistema de aterramento.

Cada um desses subsistemas contém elementos que desempenham diferentes funções como veremos a seguir.

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Elementos que compõe um SPDA.

Sistema SPDA (Parte - 2)

Por: Bruno Ferlin

quarta-feira, 20 de maio de 2015

DS - Dispositivo de Proteção contra Sobrecorrente

    Este dispositivo é comumente conhecido como Disjuntor. É um dispositivo eletromecânico, que funciona como um interruptor automático, destinado a proteger uma determinada instalação elétrica contra possíveis danos causados por curto-circuitos e sobrecargas elétricas. A sua função básica é a de detectar picos de corrente que ultrapassem o adequado para o circuito, interrompendo-a imediatamente antes que os seus efeitos térmicos e mecânicos possam causar danos à instalação elétrica protegida.

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Unipolar | Bipolar | Tripolar

    Um fato que merece atenção é seu correto dimensionamento, tanto na questão da carga a qual ele estará submetido, quando a sua corrente em relação ao condutor. Caso este esteja trabalhando muito próximo a seu limite, tendera a desarmar constantemente até que a carga exigida diminua. Caso seu dimensionamento esteja acima do condutor ao qual esta conectado, este não atuara, fazendo assim com que o condutor (cabeamento) seja danificado e muitas vezes inutilizado.

 

Função Básica

– Proteger os condutores em caso de sobrecarga ou curto circuito

– Permitir manobra, ou seja permitir desligamentos do sistema.

 

Tipos de Disjuntores

Estes dispositivos são divididos de acordo com o numero de entradas disponíveis, a um máximo de quatro possíveis.

Disjuntor unipolar: Como o próprio nome já diz, é um disjuntor indicado para circuitos com apenas uma fase, como os circuitos de iluminação e tomadas de sistema monofásico fase de 127 ou 220 v.

– Disjuntor bipolar: Para circuito de duas fases, como torneiras e chuveiros com sistemas bifásicos, fase de 220 v.

– Disjuntor tripolar: Circuitos de três fases, com 220 ou 380 v.

– Disjuntor Tetrapolar: Circuitos de três fases mais o neutro. Com 220 ou 308 v.

   Para determinados fins também pode ser utilizado o arranjo onde o condutor Fase e Neutro são obstruídos.

 

Classificação dos Disjuntores

    Conforme norma, os disjuntores possuem características de atuação, classificadas de acordo com seu disparo ou desarme.

Curva B: Devem atuar para correntes de curto-circuito entre três e cinco vezes a corrente nominal, utilizados para proteger aparelhos como chuveiros, aquecedores, fornos elétricos e lâmpadas incandescentes.

Curva C: Devem atuar para correntes de curto-circuito entre cinco e dez vezes a nominal, utilizados em tomadas em geral, motores elétricos em geral, lâmpadas fluorescentes.

Curva D: Servem para proteger redes com grandes cargas. atuam entre dez a vinte vezes a corrente nominal. (Não utilizado em residências)

OBS: Estes dispositivos atuam somente na proteção de curto-circuitos ou sobrecorrente, impedindo que o condutor seja danificado.

Não possuem efeito contra Descargas atmosféricas.

Não possuem Atuação em caso de choque elétrico. 

Fonte parcial: http://www.getninjas.com.br/

Por: Bruno Ferlin

Elétrica - DPS Dispositivo de Proteção contra Surto

    DPS, é a sigla utilizada para o Dispositivo de Proteção contra Surtos. Este dispositivo visa proteger as instalações elétricas e os equipamentos eletro-eletrônicos contra surtos, sobre tensões ou transientes diretos ou indiretos, independentemente da origem, se por descargas atmosféricas ou por manobras da concessionária.

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O DPS instalado sem aterramento irá proteger os equipamentos eletrônicos?

Primeiramente, vamos esclarecer alguns pontos importantes:

   A LEI FEDERAL No 11.337, de 26 de JULHO DE 2006, com vigência a partir de dezembro de 2007, estipulou:

    Art. 1º -  As edificações cuja construção se inicie a partir da vigência desta Lei deverão obrigatoriamente possuir sistema de aterramento e instalações elétricas compatíveis com a utilização do condutor-terra de proteção, bem como tomadas com o terceiro contato correspondente.

 

A instalação de DPS é obrigatória?

    Sim, a norma ABNT 5410/2004, em seu item 5.4.2.1 estabelece que todas as edificações dentro do território brasileiro, que forem alimentadas total ou parcialmente por linha aérea, e se situarem onde há a ocorrência de trovoadas em mais de 25 dias por ano, devem ser providas de DPS; (Zona de influências externas AQ2). Quando partes da instalação estão situadas no exterior das edificações, expostas a descargas diretas, ( Zona de influências externas AQ3) o DPS também é obrigatório.

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Como se classificam os DPS?

A classificação do DPS, é dividida em três classes:

 – Classe I: DPS destinado à proteção contra sobre tensões provocadas por descargas atmosféricas diretas sobre a edificação ou em suas proximidades, com alta capacidade de exposição aos surtos, com capacidade mínima de 12,5 kA de corrente de impulso (Iimp) conforme a Norma ABNT 5410, item 6.3.5.2.4 – “d”;

 – Classe II: DPS destinado à proteção contra sobre tensões de origem atmosféricas transmitidas pela linha externa de alimentação, ou seja descargas indiretas, assim também contra sobre tensões de manobra, com capacidade mínima de exposição aos surtos, de 5 kA de corrente nominal (In) conforme a Norma ABNT 5410, item 6.3.5.2.4 – “d”;

– Classe III: DPS destinado à proteção dos equipamentos eletro-eletrônicos, sendo uma proteção fina, de ajuste, proporcionando uma menor tensão residual, com isso uma proteção efetiva para os equipamentos. Indicado para proteção de redes elétricas, de dados e sinais.

Da Norma ABNT NBR 5410:2004

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Item 6.3.5.2.4- “d” corrente nominal de descarga (In) e corrente de impulso (Iimp)

Na seleção da corrente nominal de descarga e/ou da corrente de impulso do DPS, distinguem-se três situações:

Quando o DPS for destinado à proteção contra sobre tensões de origem atmosférica transmitidas pela linha externa de alimentação e contra sobre tensões de manobra, sua corrente nominal de descarga (In) não deve ser inferior a 5 kA (8/20ms) para cada modo de proteção. Todavia, In não deve ser inferior a 20 kA (8/20ms) em redes trifásicas, ou a 10 kA (8/20ms) em redes monofásicas,quando o DPS for usado entre o neutro e PE, no esquema de conexão 3 indicado na figura 13 (pag.131 da Norma ABNT NBR 5410:2004);

Quando o DPS for destinado à proteção contra sobre tensões provocadas por descargas atmosféricas diretas sobre a edificação ou em suas proximidades, sua corrente de impulso Iimp deve ser determinado com base na IEC 61312-1; se o valor da corrente não puder ser determinado, Iimp não deve ser inferior a 12,5 kA para cada modo de proteção. No caso de DPS usado entre neutro e PE, no esquema de conexão 3 ver figura 13 (pag.131 da Norma ABNT NBR 5410:2004), Iimp também não deve ser inferior a 50 kA para uma rede trifásica ou 25 kA para uma rede monofásica;

– Quando o DPS for destinado, simultaneamente, à proteção contra todas as sobre tensões relacionadas nas duas situações anteriores, os valores de In e Iimp do DPS devem ser determinados, individualmente, como especificado acima.

    O objetivo das normas técnicas é proporcionar o máximo de proteção para as instalações elétricas e edificações. Os sistemas de proteção de forma conjunta, atuam na proteção completa da edificação e da instalação elétrica e consequentemente dos equipamentos eletroeletrônicos.

 

Qual modelo utilizar?

    Evidentemente quem determinara o modelo, ou a classificação deste componente será o Eletrotécnico ou engenheiro responsável.

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    Todavia, Os DPS`s classe II são dispositivos adequados a proteção contra os efeitos das descargas indiretas. Estes modelos são os mais utilizados em residências e pequenos imóveis comerciais ou de serviços, na proteção de descargas indiretas, como complemento ao trabalho dos modelos classe I, ou ainda na prevenção contra sobre tensões de manobra. Sua instalação normalmente é feita nos quadros de distribuição.

 

Vantagens

Tensão de operação continua de 350 V AC. Isto aumenta a segurança em sistemas com picos de tensão prolongados.

Todos os DPS`s são equipados com uma indicação mecânica de falha, que não exige uma fonte de alimentação extra.

Um isolador térmico instalado em cada dispositivo oferece um alto grau de proteção. Em caso de sobrecarga, o DPS é desligado da rede - assim sua instalação continua funcionando.

Os módulos de proteção são construídos em versões monobloco e plug-in. No modelo plug-in não há a necessidade de desconexão de fios para substituição dos módulos. Para medidas de isolamento, os módulos de proteção são removidos facilmente de modo a garantir uma desconexão segura do barramento de alimentação.

OBS: Apos entrar em ação, o Módulo de proteção devera ser substituído.

Fonte parcial: http://www.antiraio.com/, http://w3.siemens.com.br/

Por: Bruno Ferlin

Elétrica - DR Dispositivo de Proteção Residual

    O dispositivo DR (Diferencial Residual) protege as pessoas e os animais contra os efeitos do choque elétrico por contato direto ou indireto (causado por fuga de corrente). Ao detectar uma fuga de corrente na instalação, o Dispositivo DR desliga o circuito imediatamente.

– Contato direto

    A pessoa toca um condutor eletricamente carregado que está funcionando normalmente.

– Contato indireto

    A pessoa toca algo que normalmente não conduz eletricidade, mas que se transformou em um condutor acidentalmente (por exemplo, devido a uma falha no isolamento).

    O dispositivo DR é um interruptor automático que desliga correntes elétricas de pequena intensidade (da ordem de centésimos de ampère), que um disjuntor comum não consegue detectar, mas que podem ser fatais se percorrerem o corpo humano.

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Quando o uso do DR é obrigatório?

    De acordo com o item 5.1.3.2.2 da norma NBR 5410, o dispositivo DR é obrigatório desde 1997 nos seguintes casos:

1 - Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em locais que contenham chuveiro ou banheira.

2 - Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas externas à edificação.

3 - Em circuitos que alimentam tomadas situadas em áreas internas que possam vir a alimentar equipamentos na área externa.

4 - Em circuitos que sirvam a pontos de utilização situados em cozinhas, copas, lavanderias, áreas de serviço, garagens e demais dependências internas normalmente molhadas ou sujeitas a lavagens.

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Escolha o número de pólos do Dispositivo DR.

    Defina o circuito (ou conjunto deles) que será protegido pelo Dispositivo DR e com isso verifique quantos pólos serão necessários proteger, ou seja, quantas Fases + Neutro serão protegidos.

 BIPOLAR: Fase e neutro (FN) ou Fase e Fase (FF) (exemplo: um circuito de chuveiro)

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 TETRAPOLAR: FFN, FFF, FFFN (exemplo: entrada de um QD)

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    Um dispositivo DR TETRAPOLAR pode ser instalado somente com 3 condutores (FFN ou FFF) deixando um de seus pólos livre. Um quadro de energia pode conter vários Dispositivos DR protegendo diferentes circuitos (ou conjuntos dele) usando a mesma barra de terra (PE).

 

Escolha a corrente nominal do Dispositivo DR (In).

    A corrente nominal do Dispositivo DR (In = 25A, 40A, 63A, 80 A, 100 A e 125 A) deve sempre ser IGUAL ou ainda MAIOR que a corrente nominal do dispositivo de proteção de sobrecorrentes (disjuntor ou fusível) imediatamente a montante dele (antes do Dispositivo DR). Isso é importante para que o Dispositivo DR seja protegido contra curtos-circuitos, visto que o Dispositivo DR não faz a proteção contra sobrecorrentes de qualquer tipo.

 

Escolha a corrente nominal residual do Dispositivo DR (IDn).

    A corrente nominal residual do Dispositivo DR (IDn = 10mA, 30mA, 100mA, 300mA, 500mA e 1000mA) deve ser definida a partir da função que o Dispositivo DR irá cumprir na instalação:

IDn maior que 30mA: – Proteção somente da instalação elétrica (contra incêndios e outros possíveis danos causados por correntes de fuga à terra)

 IDn igual ou menor que 30mA: – Proteção de vida e da instalação elétrica (mais apropriado para instalações elétricas domésticas e similares) ( Em correntes menores que 30mA o sistema Dr desarma sem que você tenha uma sensação maior do choque e não fique grudado, então fique bem atento na hora de comprar seu DR ou procure um técnico especializado, não adianta nada você colocar um DR maior que 30mA porque você vai tomar o choque e ele só vai desativar quando atingir a a amperagem de desarme do dispositivo e você vai tomar um choque mais forte, correndo riscos, isso falando para uso residencial... para proteger instalações de incêndio e outras problemas podemos usar um Dr com maior capacidade de desarme.)

 

Escolha o tipo de Dispositivo DR.

Tipo AC: Detecta correntes residuais alternadas e são normalmente utilizados em instalações elétricas residenciais, comerciais e prediais, como também em instalações elétricas industriais de características similares.

Tipo A: Detecta correntes residuais alternadas e contínuas pulsantes; este tipo de dispositivo é aplicável em circuitos que contenham recursos eletrônicos que alterem a forma de onda senoidal.

Tipo B: Detecta correntes residuais alternadas, contínuas pulsantes e contínuas puras; este tipo de dispositivo é aplicável em circuitos de corrente alternada normalmente trifásicos que possuam, em sua forma de onda, partes senoidais, meia-onda ou ainda formas de ondas de corrente contínua, geradas por cargas como: equipamentos eletromédicos, entre outros.

    Infelizmente não basta adquirir somente os itens adequados, a instalação destes tambem deve ser efetuada da forma correta, caso contrario anulara a finalidade destes equipamentos, ou até mesmo colocara em risco a vida de seus utilizadores.

Fonte: http://www.fazfacil.com.br/, http://www.reformaai.com/, https://w3.siemens.com.br.

Por Bruno Ferlin